O gato e raposa iam por um caminho, conversando. Contaram muita lorota, muita prosa e, afinal de contas, falaram no cachorro, que era um inimigo de ambos. Aí, disse a raposa:
- Qual o quê! Eu lá tenho medo de cachorro nada! Pra me livrar dele, eu tenho mil expedientes.
- Pois eu só tenho um - disse o gato.
Nisso aparece ao longe o cachorro, que vinha danado, farejando a raposa. O gato pulou num pé de árvore e ficou lá em cima [...] dizendo à raposa:
- O meu é este.
A raposa, coitada, meteu o pé no mundo. Virou, mexeu, foi, veio, entrou em buraco, saiu de buraco, escondeu-se aqui, escondeu-se ali [...], até que, já morta de cansaço, o cachorro pulou-lhe no cachaço e estraçalhou-a.
FONTE: Henriqueta Lisboa. Literatura oral para a infância e a juventude. São Paulo , 2002.
* cachaço: a parte posterior do pescoço.
* espediente: meio que se usa para eliminar dificuldades, embaraços, etc. ou para alcançar determinados fins.
FONTE: CEREJA, William Roberto; MAGALÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens, 6ª série: língua portuguesa. 4. ed. São Paulo: Atual, 2006.
Juuh Costa
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário